quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Barriga "NÃO"! VENTRE SIM!


Barriga, não! Ventre!



As atuais condições atribuladas de vida reprimem a criatividade e com isso a força criativa do nosso ventre. A dança e seu simbolismo aviva esta serpente, moradora dos espaços subterrâneos da psique, sustentando as fragilidades e sofrimentos, realçando o brilho opaco dos corações nos dias mais agitados deste final do milênio.


Quem somos nós sem o ventre feminino? Por ele entramos na vida, dentro dele somos concebidas, formadas e dele saímos para o mundo. Também da Terra somos filhas, enquanto matéria corpórea, nascidas deste Planeta, feitas de suas substâncias, como os minerais, as plantas e os animais. A Terra é Gaia, a Mãe Natureza, e a sua canção é o amor, ela é nossa casa, assim como o corpo é a nossa terra.


O ventre é o nosso caldeirão, a xamã mistura e condensa os elementos e gesta novas formas e nutre os seus sonhos e ideias. A força do ventre existe para ser cuidada e desenvolvida pela mulher curandeira.

A sociedade produz grandes quantidades de mulheres estéreis que vão para o mercado de trabalho robotizadas, despersonalizadas e humilhadas, pagando um alto preço para, muitas vezes, conseguirem apenas um salário mínimo. Os fabricantes da moda, objetos de consumo e fármacos mudam as funções naturais do corpo e da psique, seus protótipos de homens e mulheres “saudáveis”, bem comportados, sem dor, cor ou sabor são antinaturais e tão irreais quanto inatingíveis.


Aqueles que ao invés de atitude de respeito pelo mundo natural, desmatam represam e queimam o chão estão tratando todo o meio ambiente como objeto de consumo. Essas pessoas também veem a si mesmas como objetos, ignorantes da delicada relação que têm com a natureza para sobreviver. Estão empregando uma consciência visceral das coisas, procurando apenas devorar, evacuar e consumir. Isso acontece quando a força do ventre não foi ainda conscientemente integrada, trazendo destruição para o ser humano e para o ambiente.






A serpente mitológica mora no ventre da terra e das águas. Mas, bem no fundo, na coluna vertebral do ser humano, reside uma força que não passou despercebida pelos orientais. Na Índia, foi representada como uma serpente de fogo – a Kundalini, divindade feminina . Na China, existe o mito do dragão que está em todos os lugares, com seu hálito de fogo presente em tudo o que é vivo, inclusive no âmago de cada ser humano. Uroborus é outro nome, utilizado pelos gregos, para descrever a experiência de um poder sobre-humano, na forma de uma serpente que come a própria cauda – e o círculo formado simboliza tanto o macrocosmo quanto o microcosmo, ou seja, planetas e estrelas ao mesmo tempo indivíduo.

Na viagem ao nosso ventre através da magia da dança sagrada adentramos o ventre da Terra e encontramos com a grande serpente de fogo.
Barriga, não! Temos ventre, é diferente, o ventre é feminino, gera filhos, tem uma energia quente e gostosa que se espalha pelo corpo todo. A barriga é flácida, inútil, a gente só quer acabar com ela! ... rs
(apostila Academia de Curandeiras - A Magia da Dança).









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