Lua Cheia de OUTUBRO
9/10/2014
Espaço Fenix
às 20hs -Encerrando as 22hs-Solicitamos Pontualidade para que possamos igualmente manter um alinhamento aos trabalhos e que todos retornem em horários compativeis,pois bem sabemos que Todos temos durante a semana um ritmo diferente,outros turnos,horários..
Solicitamos para este Encontro trazer:
1)Uma flor ou Raminho de flor;
Normalmente solicitamos 1 kg de alimento não perecivel pois sempre direcionamos ás Comunidades Indígenas das imediações,porém como estamos em mês mais focado às celebrações do "DIA DAS CRIANÇAS" e estaremos indo a Aldeia dia 11 /Outubro para estas comemorações, vem aqui um apelo ESPECIAL:
Se cada um(a) trouxer uma caixa de giz de cera e um bloco para desenhar, ou mesmo se puderem angariar com outros grupos(empresas)...e um litro de leite (em cx), estaremos atendendo aos costumes desta Tradição, onde a EDUCAÇÃO PARTE SEMPRE DA ARTE-EXPRESSÃO, Canto, Dança, Pintura...Não existe UM DIA específico das crianças, bem sabemos, mas direcionamos em "algum" momento, maior enfoque, para angariar APOIOS comprometidos e correspondentes a um ritmo coerente e justo.
Agradecemos desde sempre!
As simbologias abaixo citadas, traduzem o CURADOR(A) dentro do caminho em que todos estamos trilhando. OS CHILTANS( Fig abaixo) Mostram imposições de Mãos, para alguns de voces já "FAMILIAR", não é mesmo?
A RELAÇÃO DO GUERREIRO COM A NATUREZA
O que (Semeamos) Plantamos?
Como Nos plantamos?
O que Colhemos? Como "Florescemos"?
Os povos nativos reconhecem que a ferramenta de maior fortalecimento e cura com a qual podemos contar é nossa ligação com a natureza e com o mundo natural. Em seu livro Indian Country, Peter Mathiessen nos faz recordar a profunda ligação existente entre natureza e espírito:
O homem é um aspecto da natureza, e a própria natureza é manifestação da religião primordial. Mesmo a palavra “religião” traça uma separação desnecessária, e não existe palavra para ela nos idiomas indianos. A natureza é o “Grande Mistério”, a “religião de antes da religião”...
Embutido na busca das visões ou nas experiências dos povos nativos com a natureza transformadas em cerimônias encontra-se o inerente conhecimento de que a natureza é uma fonte ilimitada de fortalecimento e de ligação do espírito com a matéria. Biologicamente, para manter nossos níveis de energia e vitalidade, é obrigatório passar, diariamente, uma hora inteira ao ar livre. Quando crianças, passamos mais tempo fora do que dentro de casa; adultos, fazemos o contrário. Para manter nosso bem-estar é necessária, para nossa vitalidade e nosso espírito, a conexão diária com o ar, com a luz e com a terra. Em sua arte rupestre, as sociedades neolíticas representavam a necessidade biológica que os seres humanos possuem de ligação com a natureza, desenhando vários homens com se fossem árvores ou o que parece ser “homens árvores”.
A Natureza, eu, o Dia de amor, espontâneo o sol que se eleva, o amigo com o qual sou feliz...
- Walt Whhitman, “Song of myself”, Complete poetry
Em muitas culturas indígenas, as árvores são consideradas as “pessoas que medicam” do reino das plantas. Como elas, o caminho do Guerreiro é tornar-se enraizado e contido – flexível e vergando-se com o vento, mas estável. Em várias culturas, as árvores simbolizam o processo de transformação. Suas raízes são associadas ao passado e à maneira pela qual honramos nossa herança e nossos ancestrais.
O tronco simboliza a vida presente e revela onde a força da vida e o espírito da criação estão, ou não, envolvidos.
Os ramos simbolizam os objetivos futuros desejados ou, se se trata de uma árvore frutífera ou floral, a consecução desses objetivos.
O Guerreiro, tal como uma árvore, honra o passado, presente e futuro, de estação a estação.
Outra ferramenta de poder do Guerreiro, utilizadas para estabilizar e concentrar energia, é a postura em pé combinada com as posições das mãos.
Esta última consiste em colocar uma das mãos sobre o coração e a outra entre as costelas e o umbigo.
Nos vales do Uzbequistão, é com essa postura que se pede ajuda a um grupo de espíritos denominados Chiltan, que são chamados sempre para curar, restaurar as forças e estabilizar a energia. Felicitas D. Goodman estudou as posturas transculturais que induzem jornadas de transe e experiências extáticas.
Em seu livro Where the spirits ride the wind, ela explica que a postura chiltan se apresenta na costa noroeste da América do Norte, no Arizona, na Europa antiga e na África moderna, e entre os olmec, na América Central. Nas sociedades indus que trabalham com posições de ambas as mãos (mudras) e posturas corporais variadas (ioga) é o método mais utilizado para reequilibrar energia ou poder pessoal.
Essas posturas são encontradas em várias culturas, tanto antigas como contemporâneas. O reconhecimento dessas simples ferramentas de poder e sua prática contínua são importantes para o desenvolvimento do Guerreiro interior.
Outras metáforas da natureza e símbolos atribuídos ao Guerreiro são o céu, os quatro ventos, o sol, a lua e as estrelas. Muitos povos nativos atribuem o caminho do Guerreiro à direção Norte, residência do Pai Céu, e de todos os pássaros e criaturas que possuem asas. O inverno é a estação que mais frequentemente lhe é atribuída entre as sociedades xamânicas do Norte. É a estação de incubação, gestação e consolidação.
Embora o inverno não signifique universalmente gelo e neve, cada hemisfério possui sua própria estação invernal de descanso. Nesse período, muitas sociedades indígenas terminam o que está inacabado. É a estação da reflexão e da contemplação, considerada como a melhor época para a preparação da renovação e da cura proporcionados pela primavera. Quando somos testados, é importante que abracemos nossos desafios com a dignidade, força e graça “dos que têm asas”.
As ferramentas ancestrais de postura, tais como a prática da postura chiltan, ou colocar-se em pé como homens-árvores, ajudam-nos a nos fazer presentes e plenamente visíveis. As modernas técnicas de redução de estresse e de relaxamento também nos propiciam meios para nós, habitantes urbanos do Ocidente, possamos nos autocentrar. Plantar árvores, praticar jardinagem, mesmo cultivar plantas em pequenos vasos são maneiras de fazer florescer nossa própria natureza, por meio da ligação com o reino das plantas.
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