sábado, 29 de novembro de 2014

CURADOR (A) FERIDO (A)- UM TEXTO MAIS QUE OPORTUNO

Achamos  este  Texto  excepcionalmente OPORTUNO.

Muitas  vezes  precisamos  OLHAR nas  "Outras  janelas " e  reler  nos  antigos  Anais da  História de  nós mesmos para  que  possamos  mais que  nunca  RESPEITAR  e  ter  compaixão devida  em sentido amplo e  irrestrito.

Outras  análises fundamentadas e  BEM FUNDAMENTADAS  na Psicologia, Ciência, etc...Apontam  para  DOENÇA  COMO UM CAMINHO, se  assim  encaramos de  frente  e  com RESPEITO,AMOR.

Fica  aqui a  dica, sem muito mais  o que  "escrever"...SENTIMOS.

 Fonte desta Matéria:http://artigodezenove.blogspot.com.br/2013/04/o-curador-ferido-jung-e-
mitos.html

O curador-Ferido 
   Para falarmos do arquétipo do curador ferido eu gostaria de contrapor três variações desse arquétipo que nos narram acerca dessa dinâmica. A primeira tradição que nos ensina bastante é a tradição afro-brasileira, do Candomblé, pessoalmente, eu acredito que das três que vou me referir esta é a que melhor explicita a dimensão arquetípica das polaridades saúde e doença. 
   
   No candomblé, orixá que rege a saúde e a doença é Xapanã, mas, por respeito e temor, ele é mais conhecido por Obaluaê(Senhor da Terra) ou Omulu (Filho do Senhor). Um dos mitos sobre Xapanã, diz o seguinte:
Xapanã ganha o segredo das peste na partilha dos 
poderes Olodumare, um dia, decidiu distribuir seus bens. Disse aos seus filhos que se reunissem e que eles mesmos e partissem entre si as riquezas do mundo. 
Ogum, Exu, Orixá Oco, Xangô, Xapanã e os outros orixás deveriam dividir os poderes e mistérios sobre as coisas da Terra. Num dia em que Xapanã estava ausente,os demais se reuniram e fizeram a partilha, 
dividindo todos os poderes entre eles, não deixando nada de valor para Xapanã.Um ficou com o trovão, o outro recebeu as matas,Outro quis os metais, outro ganhou o mar. Escolheram o ouro, o raio, o arco-íris; 
Levaram a chuva, os campos cultivados, os rios. Tudo foi distribuído entre eles, cada coisa com seus segredos, 
cada riqueza com seus mistério. A única coisa que sobrou sem dono, desprezada, foi a  peste. 
Ao voltar, nada encontrou Xapanã para si, A não ser a peste que ninguém quisera. Xapanã guardou a peste para si, mas, não se conformou com o golpe dos irmãos. 
Foi procurar Orunmilá, que lhe ensinou a fazer sacrifícios, para que seu enjeitado poder fosse maior que os dos outros. Xapanã fez sacrifícios e aguardou. Um dia, uma doença muito contagiosa . Começou a se espalhar-se pelo mundo. Era a varíola. 
O povo desesperado, fazia sacrifícios para todos os orixás, mas nenhum deles podia ajudar. A varíola não poupava ninguém, era uma mortandade. Cidades, vilas e povoados ficavam vaizos, já não havia espaços nos cemitérios para tantos mortos. 
O povo foi consultar Orunmilá para saber o que fazer. Ele explicou que a epidemia acontecia  Porque Xapanã estava revoltado, por ter sido passado para trás pelos irmãos. Orunmilá mandou fazer oferendas para Xapanã. Só Xapanã poderia ajudá-los a conter a varíola, pois só ele tinha o poder sobre as pestes, só ele sabia o segredo das doenças. Tinha sido essa a sua única herança. Todos pediram proteção a Xapanã  E sacrifícios foram realizados em sua homenagem. A epidemia foi vencida. Xapanã era então respeitado por todos. Seu poder era infinito, o maior de todos os poderes” 
(PRANDI, 2007, p.210-1)
   Em outras narrativas acerca de Xapanã é dito que ele, quando nasceu doente e foi abandonado pela mãe (Nãnã) e criado por Iemanjá, outros falam que quando criança que foi punido com varíola por desobediência, e mesmo ele superando a doença ele continuou com as marcas e deformações da doença. O que fazia com que ele usasse palha para esconder as marcas da doença. Mesmo sendo ele senhor das doenças e das curas, ele próprio era marcado pela doença. Xapanã, Obaluaê-Omulu, é um curador que carrega suas próprias feridas, escondendo-as por debaixo de sua roupagem de palha, tanto pro vergonha de sua aparência e para evitar as reações que causa nas pessoas. 

  
    Indo para outra época, uma outra mitologia, podemos reconhecer a mesma dinâmica, no mitema grego de Quiron, o centauro. Na mitologia grega, Quiron é um personagem que não possui um mito próprio, mas, participa da história de deuses e heróis. Ele nasceu da união de Cronos e a ninfa Filira, ele foi criado por Apolo, e se tornou o mais sábio (e civilizado) dos centauros, foi o mestre de heróis como Ajax, teseus Jasão, Perseu, Enéas, Télamon, Aquiles Peleu, Aristeu, Hercules e Asclépio. No toca a nosso estudo, Quíron foi mestre de Asclépio(ou Esculápio), a quem ensinou as artes da cura, por sua vez, Asclépio se tornou o deus da medicina. 
   
    Mas, todo conhecimento nas artes da cura não foram suficientes para curá-lo, quando ele foi atingindo pela flecha de Hercules que havia sido embebida no sangue da hidra de Lerna, que era mortal, mas, como Quiron era imortal, o ferimento causado jamais curaria, causando dores intermináveis. O sofrimento de Quiron só terminou quando ele trocou sua imortalidade pela liberdade de Prometeu, feita esta troca, Zeus eternizou sua história nas estrelas criando a constelação de Sagitário. 
  
   O terceiro representante dessa categoria de curadores feridos é bem conhecido de nossa cultura, justamente por estar no centro da mitologia vigente que é Jesus Cristo. Devemos tomar alguns textos como referência: 

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